Paula Montefusco
Do UOL, em São Paulo - 04/01/2016 13:09
Por Paula Montefusco
Imagine se o amor da sua vida estivesse a um clique de distância? Foi o que aconteceu no dia 18 de janeiro de 2006 com Nájla Monteiro Abijaudi e Júlio Cesar de Oliveira. Eles só tinham 15 anos e usavam as salas do Bate-papo UOL de Belo Horizonte (MG) para conhecer gente e fazer novos amigos. “Trabalhava em uma lan house e era viciado em internet. Nos conhecemos na sala 6 de Belo Horizonte. Lembro que meu apelido era Lindo e o dela era Linda, nicks muito usados na época”, lembra Júlio. Nájla conta que passava o dia no Bate-papo graças às férias escolares. “Foi logo que ganhei o computador de presente da minha avó no meu aniversário de 15 anos.”
A conversa engatou e os dois já começaram a namorar (virtualmente) dez dias depois do primeiro contato. O primeiro encontro foi marcado para o dia 11 de fevereiro em um shopping da cidade. “Já estávamos conversando há algumas semanas e eu estava realmente louco para me encontrar com ela, acho que foi paixão à primeira ‘teclada’”, conta o mecânico de automóveis. Nájla lembra que precisou de uns dias para “enrolar a mãe”. “Como era muito nova, minha mãe não me deixava sair sozinha. Precisei inventar uma desculpa e levei minha amiga e vizinha de porta comigo no encontro.” Júlio também foi acompanhado, levou um primo. Com a timidez típica dos adolescentes, cada amigo foi para um lado e o casal finalmente pôde se conhecer pessoalmente a sós. E olha que a timidez também imperou entre Júlio e Nájla. “Morria de vergonha. Naquele primeiro dia só demos um beijinho tímido”, confessa a técnica em química.
O namoro em segredo durou pouco, muito pouco mesmo. “Quando cheguei em casa no dia do nosso encontro ‘o couro comeu’ porque minha irmã mais nova me dedurou para a minha mãe – como sempre”, diverte-se Nájla. Depois do flagra, ela se explicou em casa e Júlio já foi conhecer a sogra na semana seguinte.
E o resto, como dizem, é história. A história de amor que começou no Bate-papo UOL foi para o MSN Messenger e conversas telefônicas. Por incrível que pareça, Nájla atribui o sucesso do relacionamento à distância. “Se morássemos perto e nos víssemos todo dia não ia dar certo.” O ciúme sempre foi algo inexistente entre eles. “Somos os primeiros namorados um do outro. A gente achava que não ia dar em nada”, completa. Além disso, os dois têm temperamentos distintos e complementares e gostos muito parecidos.
Aliás, um dos gostos do casal é a fonte de novos amigos. Em vez de conhecer pessoas de Belo Horizonte nas salas do Bate-papo UOL, hoje Júlio e Nájla usam o Clube do Tempra para este fim. Neste grupo para aficionados pelo carro, os membros usam o fórum do site oficial e um grupo fechado no Facebook para discutir medidas para conservação do motor, suspensão, rodas e outras partes do veículo. Além disso, falam da manutenção do carro e de acessórios, como sistema de som. Há dois encontros mensais em locais combinados previamente pelo grupo. “Fizemos amigos para a vida toda lá. Ele tem um Tempra há cinco anos e, como gosta de carros e fala o dia inteiro sobre isso, acabei me interessando e entendendo do assunto por causa dele”, explica Nájla.
O casamento estava previsto para 2016, quando completam dez anos de namoro. Mas vai ter de esperar mais algum tempo por conta da crise. Mesmo assim, os planos continuam. Depois do casamento, Júlio e Nájla pretendem ter dois filhos.
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